quinta-feira, 31 de março de 2011

Ser ou não ser de ninguém

Esse texto do Arnaldo Jabor já tem um tempinho, mas acho muito bacana. Por mais que o tempo passe, esse texto continua atual. Será que as gerações pararam no tempo no quesito relacionamento?

Na hora de cantar, todo mundo enche o peito nas boates e gandaias, levanta os braços, sorri e dispara: "... eu sou de ninguém, eu sou de todo mundo e todo mundo é meu também..." No entanto, passado o efeito da manguaça com energético, e dos beijos descompromissados, os adeptos da geração tribalista se dirigem aos consultórios terapêuticos, ou alugam os ouvidos do amigo mais próximo e reclamam de solidão, ausência de interesse das pessoas, descaso e rejeição. A maioria não quer ser de ninguém, mas quer que alguém seja seu. Beijar na boca é bom? Claro que é! Se manter sem compromisso, viver rodeado de amigos em baladas animadíssimas é legal? Evidente que sim. Mas por que reclamam depois? Será que os grupos tribalistas se esqueceram da velha lição ensinada no colégio, de que toda ação tem uma reação? Agir como tribalista tem conseqüências, boas e ruins, como tudo na vida. Não dá, infelizmente, para ficar somente com a cereja do bolo - beijar de língua, namorar e não ser de ninguém. Para comer a cereja, é preciso comer o bolo todo e, nele, os ingredientes vão além do descompromisso, como: não receber o famoso telefonema no dia seguinte, não saber se está namorando mesmo depois de sair um mês com a mesma pessoa, não se importar se o outro estiver beijando outra, etc, etc, etc. Embora já saibam namorar, os tribalistas não namoram. "Ficar" também é coisa do passado. A palavra de ordem hoje é "namorix". A pessoa pode ter um, dois e até três namorix ao mesmo tempo. Dificilmente está apaixonada por seus namorix, mas gosta da companhia do outro e de manter a ilusão de que não está sozinho. Nessa nova modalidade de relacionamento, ninguém pode se queixar de nada. Caso uma das partes se ausente durante uma semana, a outra deve fingir que nada aconteceu, afinal, não estão namorando. Aliás, quando foi que se estabeleceu que namoro é sinônimo de cobrança? A nova geração prega liberdade, mas acaba tendo visões unilaterais. Assim, como só deseja a cereja do bolo tribal, enxerga somente o lado negativo das relações mais sólidas. Desconhece a delícia de assistir a um filme debaixo das cobertas num dia chuvoso comendo pipoca com chocolate quente, o prazer de dormir junto abraçado, roçando os pés sob as cobertas, e a troca de cumplicidade, carinho e amor. Namorar é algo que vai muito além das cobranças. É cuidar do outro e ser cuidado por ele, é telefonar só para dizer boa noite, ter uma boa companhia para ir ao cinema de mãos dadas, transar por amor, ter alguém para fazer e receber cafuné, um colo para chorar, uma mão para enxugar lágrimas, enfim, é ter alguém para amar. Já dizia o poeta que amar se aprende amando. Assim, podemos aprender a amar nos relacionando. Trocando experiências, afetos, conflitos e sensações. Não precisamos amar sob os conceitos que nos foram passados. Somos livres para optarmos. E ser livre não é beijar na boca e não ser de ninguém. É ter coragem, ser autêntico e se permitir viver um sentimento... É arriscar, pagar para ver e correr atrás da tão sonhada felicidade. É doar e receber, é estar disponível de alma, para que as surpresas da vida possam aparecer. É compartilhar momentos de alegria e buscar tirar proveito até mesmo das coisas ruins. Ser de todo mundo, não ser de ninguém, é o mesmo que não ter ninguém também... É não ser livre para trocar e crescer... É estar fadado ao fracasso emocional e à tão temida SOLIDÃO... Seres humanos são anjos de uma asa só, para voar têm que se unir ao outro"

sexta-feira, 18 de março de 2011

Sintonia

Hoje estava trabalhando tranquilamente quando começa a tocar uma música no rádio. Parei para prestar atenção e sorri. Era uma música que me faz lembrar de bons tempos vividos ao lado de uma grande amiga. Época em que não nos preocupávamos muito com milhares de contas para pagar, que saíamos, viajámos, estávamos na faculdade e principalmente, tínhamos acabado de ficar solteiras! Uhu!
Na mesma hora chamei a minha amiga no messenger para dizer a ela qual música eu estava ouvindo naquele momento. Aí é que tenho uma supresa: ela também estava ouvindo a mesma música na mesma rádio e também se lembrou de mim!

Muito legal isso. Legal saber que mesmo longe a sintonia continua ótima.
Definitivamente é maravilhoso ter grandes amigos.

Ah, já ia me esquecendo. Sei que ficaram curiosos para saber qual era a música. "Cara Valente" da Maria Rita. Qualquer semelhança não é mera coincidência... rs

quinta-feira, 10 de março de 2011

Saudade


Hoje venho para falar a respeito de saudade. Um sentimento que dói e deixa o coração da gente apertado dentro do peito. Aperta tanto, mas tanto que às vezes parece que o coração não vai suportar.
É assim que tenho vivido a última semana. Uma semana que parece um século. Nunca vivi uma situação como essa, ficar longe daquele que amo. Todos dizem que um mês passa rápido, mas para mim parece uma eternidade.
É tão estranho olhar para o lado e ver um lugar vago. Passar em algum lugar onde já estivemos e ver que estou sozinha. Lembrar de alguma coisa e querer fazer um comentário. Mas para quem?
Pode parecer exagero, mas o que eu queria mesmo era fechar os olhos e quando abrisse novamente, o calendário marcasse exatos trinta dias.
Seria bem mais fácil né?

"Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas às vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: quer-se absorver a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida". (Clarice Lispector)

Fer, volta logo meu amor!

quarta-feira, 9 de março de 2011

Um homem inteligente falando das mulheres

O desrespeito à natureza tem afetado a sobrevivência de vários seres e entre os mais ameaçados está a fêmea da espécie humana.
Tenho apenas um exemplar em casa,que mantenho com muito zelo e dedicação, mas na verdade acredito que é ela quem me mantém. Portanto, por uma questão de auto-sobrevivência, lanço a campanha 'Salvem as Mulheres!'
Tomem aqui os meus poucos conhecimentos em fisiologia da feminilidade a fim de que preservemos os raros e preciosos exemplares que ainda restam:

Habitat
Mulher não pode ser mantida em cativeiro. Se for engaiolada, fugirá ou morrerá por dentro. Não há corrente que as prenda e as que se submetem à jaula perdem o seu DNA. Você jamais terá a posse de uma mulher, o que vai prendê-la a você é uma linha frágil que precisa ser reforçada diariamente.

Alimentação correta
Ninguém vive de vento. Mulher vive de carinho. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem, sim, e se ela não receber de você vai pegar de outro. Beijos matinais e um 'eu te amo’ no café da manhã as mantém viçosas e perfumadas durante todo o dia. Um abraço diário é como a água para as samambaias. Não a deixe desidratar. Pelo menos uma vez por mês é necessário, senão obrigatório, servir um prato especial.

Flores
Também fazem parte de seu cardápio – mulher que não recebe flores murcha rapidamente e adquire traços masculinos como rispidez e brutalidade.

Respeite a natureza
Você não suporta TPM? Case-se com um homem. Mulheres menstruam, choram por nada, gostam de falar do próprio dia, discutir a relação? Se quiser viver com uma mulher, prepare-se para isso.

Não tolha a sua vaidade
É da mulher hidratar as mechas, pintar as unhas, passar batom, gastar o dia inteiro no salão de beleza, colecionar brincos, comprar muitos sapatos, ficar horas escolhendo roupas no shopping. Entenda tudo isso e apoie.

Cérebro feminino não é um mito
Por insegurança, a maioria dos homens prefere não acreditar na existência do cérebro feminino. Por isso, procuram aquelas que fingem não possuí-lo (e algumas realmente o aposentaram!). Então, aguente mais essa: mulher sem cérebro não é mulher, mas um mero objeto de decoração. Se você se cansou de colecionar bibelôs, tente se relacionar com uma mulher. Algumas vão lhe mostrar que têm mais massa cinzenta do que você. Não fuja dessas, aprenda com elas e cresça. E não se preocupe, ao contrário do que ocorre com os homens, a inteligência não funciona como repelente para as mulheres.

Não faça sombra sobre ela
Se você quiser ser um grande homem tenha uma mulher ao seu lado, nunca atrás. Assim, quando ela brilhar, você vai pegar um bronzeado. Porém, se ela estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda.

Aceite: mulheres também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar. O homem sábio alimenta os potenciais da parceira e os utiliza para motivar os próprios. Ele sabe que, preservando e cultivando a mulher, ele estará salvando a si mesmo.

É, meu amigo, se você acha que mulher é caro demais, vire gay.
Só tem mulher quem pode!

Luiz Fernando Veríssimo

domingo, 6 de março de 2011

Livros

Recentemente entrei numa rede social chamada SKOOB. Trata-se de uma rede onde pessoas podem trocar experiências sobre livros. Você cria sua estante com livros que possui. Adiciona livros que vai ler, que já leu, escreve resenhas, etc.
Hoje estava fuçando aqui em casa (sim, é Carnaval e eu não fui viajar) e achei alguns livros que fizeram parte da minha adolescência, principalmente os do autor Pedro Bandeira, escritor de livros infanto-juvenil.
Mexendo nesses livros me lembrei de quando tinha Feira do Livro no colégio onde estudava. Eu esperava ansiosa pelos dias da feira. Logo no primeiro dia eu procurava olhar todas as "bancas" das editoras e escolher os livros que queria. Chegava em casa com uma lista enorme que fazia meus pais se assustarem. Se dependesse de mim, levaria tudo! Claro que meus pais às vezes não podiam comprar todos os livros do mundo para mim, então me pediam para escolher os que mais me interessavam. No dia seguinte eu corria para a escola andando de "banca" em "banca" feliz da vida com minhas novas aquisições e não via a hora de chegar em casa para começar a ler tudo!
Eu guardei os livros que fizeram parte da adolescência. Até uns dois anos atrás eu guardava livros da minha infância. Mas optei por doá-los para um orfanato que havia perto da minha casa. Acho que as crianças fariam melhor proveito dos livros do que as caixas em que estavam guardadas. Não foi fácil me desfazer deles, mas tenho certeza de que aquelas crianças e as outras que viriam certamente iriam aproveitar a leitura tanto quanto eu aproveitei.
Os livros que achei hoje ainda ficarão guardados. Ainda não me sinto preparada para me desfazer deles. Quem sabe daqui uns dez ou vinte anos.. rs

sábado, 5 de março de 2011

Despedida

O dia amanheceu chuvoso e escuro. A chuva batia na janela e fazia um barulho gostoso para dormir. Ela puxou a coberta e aproximou-se dele. Ah, se ele soubesse o quanto é amado.
O relógio despertou às 6:15hs e uma tristeza invadiu seu peito. Ela teria apenas mais alguns instantes ao lado daquele homem deitado ao seu lado. Os olhos pesavam e ela não sentia vontade de abri-los. Desejava ficar ali aninhada em seus braços.
Ele levantou-se e a cama ficou subitamente gelada. Sentiria falta de seu calor. Ela remexeu-se e foi deitar-se no lugar dele só para sentir aquele calor mais um pouco.
Saíram e foram a uma padaria não muito distante dali. Aquele seria o último café da manhã juntos, durante um longo período. A chuva fina do lado de fora trazia certa melancolia para aquele momento de intimidade simples, que tantas vezes fora dividido com alegria.
Assim que terminaram o café, saíram. A chuva ainda caía gelada e sem cessar.
O caminho até o aeroporto foi tranqüilo. Conversaram sobre coisas da vida que estavam dividindo há tão pouco tempo. Ela procurava não falar muito com medo de que lágrimas caíssem sem parar em seu rosto. Não queria que ele ficasse preocupado.
Ao chegarem ao aeroporto foram informados de que o vôo seria mais cedo do que esperavam. Com isso, o tempo que passariam juntos antes do embarque seria pequeno. Pouco mais de dez minutos. Ela desejava desesperadamente ficar em seus braços.
Ficaram enlaçados por alguns instantes. Ela precisava sentir seu cheiro, seu corpo, seu coração.
Quando chegou o momento da partida seu coração ficou pequeno. Apertado dentro do peito. Dessa vez ela não segurou. Lágrimas caíram em seu rosto. Sabia que essa separação seria temporária, mas a dor de ficar longe do seu amor era maior. Não foi fácil para ela ver o homem que amava acenando com a mão e partindo.
Ela virou as costas e partiu também. Entrou no carro e deixou novamente que as lágrimas viessem. Seus olhos ficaram embaçados de tanto chorar. O caminho para casa foi triste. A chuva começou a cair com mais intensidade. Assim como suas lágrimas.
Ela sabe que ele vai voltar.
Vai voltar para ela e por ela.
É por isso que ela o espera paciente. Espera o dia em que não haverá um aceno de adeus e sim um abraço de: “Voltei”.
"A saudade é um sentimento que quando não cabe no coração, escorre pelos olhos". (Bob Marley)