quarta-feira, 31 de outubro de 2012

JT sairá de circulação após 46 anos de história

É isso mesmo, após 46 anos, o Jornal da Tarde (SP) sairá de circulação. Foi uma decisão tomada por empresários do Grupo Estado, cujo objetivo é investir na marca Estadão com uma estratégia multiplataforma integrada (mobile, impresso, digital, áudio e vídeo) para atingir o maior número de eleitores sem custos elevados para distribuição por exemplo.
Segundo os funcionários, eles terão estabilidade no emprego até o dia 04 de dezembro, quando haverá uma audiência, enquanto isso uma comissão negociará os diretos de quem for demitido.
O tradicional "Jornal do Carro" migrará para o Estadão e voltará a circular a partir de 07 de novembro. Será ampliado com novas sessões e será a nova marca de classificados de carro do jornal. Sairá às quintas, sábados e domingos, além de ter uma plataforma multimídia de alcance nacional.


A história

O JT foi um dos principais jornais da cidade de São Paulo. Publicado em 06 de janeiro de 1966, teve suas atividades encerradas em 31 de outubro de 2012.
O JT é um dos jornais que apostaram no new journalism americano (sua principal característica é misturar a narrativa jornalística com a literária) de Gay Talese e Truman Capote.
Diferente do jornalismo tradicional, o JT procurou inspiração no movimento cultural e nas mudanças de comportamento que ocorriam na segunda metade da década de 60. Sua linguagem gráfica era diferente dos jornais da época, o que causava um grande contraste com os demais jornais.
Assim como os demais veículos de comunicação, o JT foi censurado pela ditadura militar na década seguinte. Por iniciativa de Ruy Mesquita, notícias censuradas passaram a ser substituídas por receitas que não funcionavam (não apenas como maneira de protesto, mas também porque nem sempre a receita cabia no espaço deixado pela censura) ou com títulos irônicos (por exemplo, "Aves à passarinho", em referência ao então senador Jarbas Passarinho). O título que fez mais sucesso foi "Lauto Pastel", crítica ao então governador paulista Laudo Natel.

Algumas capas históricas:


Nenhum comentário: