quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O tempo que não foi perdido.

Todos os dias, 7 dias por semana, pego um trânsito absurdo para ir e voltar do trabalho. Como sempre, hoje pela manhã não foi diferente.
Após alguns minutos parada exatamente no mesmo lugar, encostei a cabeça no encosto do banco e olhei para o retrovisor.
Atrás de mim tinha um carro com um casal. Achei lindo o carinho com que o homem tratava sua mulher. Ele fazia carinho no rosto dela, nos cabelos... sorria.
Não, eu não tenho a mania de ficar espionando os outros, antes que alguém ache isso. Simplesmente achei bonita aquela demonstração de carinho.
Eu olhei em volta e vi carros buzinando, motos passando pelo meio dos carros com aquelas buzinas irritantes, barulho de obra, pessoas andando apressadas pela rua, ônibus barulhentos... Lá "fora" tudo estava um caos, uma correria, um barulho e um frio que fazia as pessoas se encolherem na tentativa de esquentar um pouco.
Mas com certeza dentro daquele carro havia calor, havia sentimento, palavras doces e principalmente amor.
Confesso que senti uma pontinha de inveja (mas aquela inveja boa sabe?). Inveja por estar ali sozinha naquela manhã fria. Inveja por não ter a pessoa que amo ali do meu lado naquele momento (na verdade em vários momentos).
Enfim, em meio ao caos dessa cidade, uma simples demonstração de carinho me fez sorrir. Sorrir e pensar como é bom amar e ser amado. Confesso que até me emocionei. Você que está lendo esse texto agora pode até achar que estou exagerando ou que sou sensível demais. Mas não. Simplesmente acho que o amor é um sentimento nobre. E que não é para qualquer um que falamos "eu te amo". Frase pequena, mas de grande força.

Acho que naquele momento, naquele trânsito, aquele tempo não foi perdido.

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